sábado, abril 01, 2006

Ausência...

Ele chega no horário que queria. Observa tudo ao redor, sente-se só, apesar da presença de todas as mesmas pessoas de sempre. Sente-se aliviado por ter tirado a camisa de pic-nic. Também o faz sentir melhor o fato de não ter feito a barba.
Lembra-se de uma foto que não deu certo, e pensa em como as lentes não captam a alma. Não, as lentes espelham o ser simples.
Os olhos lacrimejam, talvez seja a fumaça. Ele espera até que não mais quer esperar. Suas pernas movimentam-se exageradamente.
E, mesmo depois da presença confirmada, sente-se só. Sente a ausência. De nada adianta poder ver e tocar quando a distância está além da física. De nada adianta, pensa. E isso pesa. E isso dói.
Mas foi-se o tempo em que isso o deixaria triste. Hoje, ele vive um dia de cada vez. E, mesmo depois da ausência tão dolorida (pois tudo que ele queria era a presença), ele pensa que amanhã as coisas serão diferentes, e melhores.
E assim, acalma-se. E novamente, cogita a possibilidade de tomar uma cerveja e fumar um marlboro (os luckies tinham acabado). O faz, e vai.

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