quinta-feira, dezembro 25, 2008

Eu gosto até sangrar e perder o controle. E daí faço tudo errado. E telefono e falo, e todos saem correndo. Medo do maníaco que fala a verdade.

Em contrapartida, sou tolerante com quase tudo. E faço vista grossa pra muita coisa.








Agora fica a pergunta: três (digo, de verdade, TRÊS) meses sem sexo por isso? Não.

Deve haver outra explicação.

quarta-feira, dezembro 10, 2008

Te ver passar tão magro me fez pensar em o quanto eu poderia lhe fazer bem. Ou não. Enfim, a escolha foi sua.
Me irrita essa desconexibilidade infantil, essa dificuldade de ser quem tu é.
Mas tu é apenas um menino, eu sei. Um menino grande.
Um menino de braços que hoje me fazem falta. Um menino presente nos meus pensamentos ociosos.
Menino esse que sorriu quando me viu, quase que me dizendo que quem estava ao seu lado não era seu namorado. Quase se desculpando.

Me desculpe se não perdoei. Nem sabia que era um pedido de desculpas.
E não era, eu sei. Era vergonha. Ficou encabulado, este menino, por me ver estando ao lado de seu novo namorado.

Coisas de menino.

Enquanto, eu, "adulto" e sozinho lembro de ti, você deve estar dormindo abraçado com ele. Eu? Durmo com minhas responsabilidades. Com a gata Margot. Com o travesseiro e o celular ligado.

E não, meus caros, minha vida não é chata e medíocre. Mas as vezes esses meninos me fazem pensar que vivem mais. E são eles que me mostram que na minha vida de adulto ainda sou uma criança.

quinta-feira, dezembro 04, 2008

Enquanto sangrarmos, seremos humanos. Enquanto sangrarmos, seremos vivos.
E assim se sangra até onde?

Sentir que algo só existe quando dói, quando fere, quando fura. Sentir assim, é errado?
É verdade?

Sentir-se amarrado, em pedaços, ainda é sentir?
Exagerar no sentimento, assim, é sentir de verdade?

O quanto eu manipulo o que sinto? O quanto meus hormonios são de mim?

Só sei que enquanto eu sangrar, eu sinto.

(detesto quando só consigo escrever perguntas)

segunda-feira, dezembro 01, 2008

Nada se mexe, silêncio na casa, e pelo menos parou de gotejar.
O mundo anda meio umido, sonolento, e me faz sentir assim, meio mole, meio nada. E a outra metade, mais viva, entra em conflito.
As infiltrações me fazem pensar num teto que desaba sobre a cabeça. E essa sensação me faz sentir menos seguro de o quanto ainda tenho de vida pela frente.
Domingo de sol, a vida seca e parece não ter sido assim.

A melancolia dos dias de inverno assombra o começo do verão. Não é bem-vinda, mas inevitavel. Calor molhado, solitário. Sem sorrisos, sem sacolé, sem óculos de sol. E nada parece carnaval... porque pra mim, acreditem, verão tem cheiro de carnaval sempre. Aquele cheiro de asfalto quente, de cerveja e de pouco sono. Aquele cheiro de sundown que eu detesto. Cheiro de sol.

Não que eu goste de calor, de sol, ou de verão. Mas cada coisa no seu lugar. E esse sentimento de inércia invernal me faz sentir menos acolhido pelo resto. E o verão deve começar.

Deve derreter as barreiras geladas entre o que fui na ultima estação e o que serei a partir dessa. A luz do sol muda as pessoas. Inegável.
Me sinto num congelador, com a vida a passar pelo lado de fora da porta.

E sim, preciso namorar. Talvez.
Passar calor dividindo o lençol talvez me faça sentir mais vivo. Ou menos morto.





Cansei de carregar guarda-chuva. Cansei de esperar melhorar. Cansei de doar para os desabrigados. É hora de se fazer ensolarar.