quinta-feira, setembro 30, 2010

o retorno ao corriqueiro

Eis que surge mais magro do que me lembrava.
Emagreceu ou a memória falhava? Emagreceu. As calças quase caíam pelos joelhos. O cinto agora deixou de ser acessório. Era necessário.
Nem me perguntei o porquê. Sei, na verdade, quais os motivos.
Todos passamos por isso nessa idade. Tanta coisa, tanta coisa.
O pior desse fato é que esse foi o único detalhe que guardei. Não lembro do cabelo, que costumava gostar tanto.
Nem da roupa. Nem da boca. Nem do antebraço.
O que isso quer dizer?

Estou tentando descobrir.

Faz tempo, muito tempo, que descobri que sou assim: vivo no passado, esperando o presente e sem esquecer do futuro.

Faz tempo, muito tempo, que tento deixar de ser assim.
Mas, até então, tem sido habitável esse mundo de tempos cruzados.
Chegando aos vinte e quatro: me sinto calçando as botas de um adulto, que estão levemente maiores que meus pés.

domingo, setembro 26, 2010

Eu pensei em falar.
Seria estranho verbalizar?
Os olhos já diziam tudo.

Seria.
Calei,
nada aconteceu,
e agora estou aqui,
olhando para a tela,
imaginando o que poderia ser.

E, pior,
eu sei...
Não seria.

Geração Y, eu faço parte de ti.
Mas, queria, profundamente, que você não fizesse parte de mim.

quinta-feira, setembro 16, 2010

Encontrei o olhar de maneira que não esperava, e da mesma maneira retribuí. E nessa falta de palavras o ar ficou denso, irrespirável.
Precisei sair daquele lugar.

Nunca tinha passado por isso.
Foi bom. Novo, fresco.
Tenso.

No final das contas, a adolescência sempre existe no que se trata de olhares.
Curiosidade?