Cheguei na baladinha de topete. Mudei o cabelo, esforço pra deixar a franja, pesaaaada, pra cima. Uma coisa meio cafetão. Faz jus a festa no puteiro. Lugar cheio, cheio, calor. Cabelo começa a descambar. Fazer o quê? Eu tentei.
Toquei, foi legal. Não vi ninguém dançar, me disseram nem ter espaço para tal coisa e eu acreditei. E na carência de minha beleza incerta, pensei "vou aproveitar o efeito-dj e olhar ao redor"...
Eu já sabia, eu sempre soube, porém sempre fico decepcionado. Eu gosto de meninos que gostam de meninas. Eu gosto mesmo. É como ter uma mira muito ruim, sabe? Nunca acerta o alvo. Eu sempre olho pro errado.
Eu tenho o dedo torto.
E na minha posição de querer os meninos errados (parece texto da Capricho, mas eu tentei), mudei de idéia. Fui pra casa, onde agora estou. Foi-se o tempo em que eu sabia dessas coisas.
Agora só sei de trabalho e graças a deus, continuo ouvindo música.
A arte de flertar (hahahaha) não é como andar de bicicleta. Uma vez fora de circuito e você perde as referencias.
Pobre das viuvas.
Não estou reclamando. Uma noite de sono as vezes é tão boa quanto uma de sexo.
(Hoje, não. Mas as vezes, sim). E eu gosto dessa solidão.
(Hoje não, mas as vezes sim)