Muito tempo sem esse sentimento de vazio. Andava ocupado demais me enchendo de coisas, coisas, coisas. Hoje o vento está mais frio, e sinto novamente um pedaço meu desprendido do corpo, sinto. É aquele sentimento que tantas vezes já descrevi aqui, cada uma delas de uma maneira diferente, pois cada dia diferente torna esse vazio cada vez mais unico e incompreensivel a sua propria maneira e representação. Hoje ele se apresenta associado a uma certa dor, uma certa angustia... nada desesperador, mas é como se o tempo estivesse se arrastando por não haver uma parte de mim fazendo parte de seus segundos, minutos, horas. E me sinto sozinho, aqui, no sexto andar.
Venta mais aqui em cima, tudo se move devagar, sendo levado pelo invisivel. Como ainda não comprei a cama, estava deitado no colchão vendo todos os papéis do meu dia a dia, aqueles que acumulo nos bolsos e coloco em cima da pilha de livros do chão a noite, serem arrastados bem devagar, cambaleando pelo chão, e isso me fez sentir inerte. Eu, ali, parado, enquanto o que não tem vida é levado pelo vento. Isso me fez sentir estático, pesado e inerte. E isso me fez sentir sozinho.
É como se a solidão fosse uma pedra amarrada nas costas, impedimento de seguir. As vezes sou assim, romantico. E agora chove, e não venta mais. Respingando na janela, a chuva leva o romantismo e deixa uma certa indignação.
Cansei desse sentimento de vazio.
7 comentários:
Desculpe, mas você escreve tão bem nesses momentos...
Eu te sigo faz um tempo, gosto do estilo vazio de ser.
essa foto sua recostadinho na parede... as pernas inquietas iguais de criança quando está com pressa e a cabeça reclinada lá no alto voando no teto.
...pesado e inerte. nunca sozinho.
livre-se dos papeizinhos.
mamilinho ali é covardia hein, seu safado.
adorei o layout novo
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