domingo, março 26, 2006

Domingo

Mais um domingo. Sim, ele não gosta de domingos. Dias cheios de tédio, nada para fazer e muito tempo livre. Tempo esse que certamente será tomado por pensamentos livres, que certamente o tornarão melancólico ou irritadiço.
Procura encontrar algo para fazer. Há, sobre a cabeceira da cama, um livro a ser terminado.
Pronto, seus minutos serão menos ociosos.
No ínicio, as palavas, por mais desconexas que sejam, parecem entreter. Mas conforme as páginas passam, suas pernas se tornam inquietas e o livro não apetece mais. Quem sabe não seja o momento.
Liga o som, sem preocupar-se com o que vai ouvir. Por sorte, escuta a conhecida voz de Nina Persson. Novamente pensa em quão coincidentes com o que sente as palavras dela são, e quão absurdo parece pensar que alguém já sentiu tudo isso antes, e tornou música.
Com isso, desiste de tentar evitar os pensamentos mais óbvios.
Aqueles que vão, mais ou cedo ou mais tarde, fazê-lo sentir aquelas borboletas que já pensou em matar. Sai de casa, acende um cigarro, e sente o vento que torna o dia mais frio. Sente vontade de estar na cama novamente, aconchegado por entre as cobertas.
Essa cama que nunca pareceu tão grande...
Seria egoísmo considerar tudo isso como somente seu e único, já que é humano.

Senta-se no banco branco sob o arco de trepadeiras, olha para o céu azul e cinza ao mesmo tempo, imagina-se exatamente assim, e vê que tudo na natureza é exatamente como ele.
Inconstante, cheio de nuances, fúria e tranquilidade.
Infla os pulmões e sente-se mais leve. Quem sabe seja melhor assim, pensa.

4 comentários:

Anônimo disse...

a-d-o-r-e-i!
;)

Anônimo disse...

fui eu ali em cima!

talulah gosh disse...

domingo é o dia em que os sentimentos de todo mundo se tornam um pouco mais próximos. o vento frio ajuda.

talulah gosh disse...

ps: escuta magnetic fields.