quinta-feira, março 30, 2006

Insônia de Ontem

Ele deita a cabeça no travesseiro, não consegue fechar os olhos...
Por quê? Não sabe, se soubesse, dormiria tranquilo. Mas ele pode imaginar.
Então, aproveitando o momento de indesejada atividade, resolve, mais uma vez pensar.
Ah, se fosse possível perder esse hábito nojento. Mas não, ele insiste.
Pensa em tudo que tem passado, e lembra-se de uma só frase: "seja mais pleno, seja mais leve. procure leveza" ela disse.
Ela, sim, minha menina com ême. Ela diz tantas coisas que eu não queria ouvir, e tanta coisa que eu preciso. Quem mais no mundo teria um gato gordo preto e uma gata magra branca? E quem mais no mundo me emprestaria um chapéu preto? E, além disso tudo, alguém além dela ouviria minhas palavras com tal atenção que as faria soar importantes?
Sim, as vezes tudo que precisamos é de um par de ouvidos atentos.
E sim, muitas vezes precisamos tornar nossos ouvidos mais atentos. Escutar amigos, escutar músicas, escutar. Não só o que vem de dentro, mas tudo que vem de fora.
Ele tem se ausentado do mundo, como se o asteróide não fosse parte dele.
E não, não está de passagem.




E ele dormiu, depois de ler, depois de pensar. Grato.
Não precisou de mais um cigarro,
Não precisou de mais um comprimido...
E tampouco de um beijo de boa noite.

Um comentário:

Anônimo disse...

querido.
Pode deixar, estou sempre aqui.
Lado direito de quem entra. Jornal na mão. Discreta.