sexta-feira, abril 28, 2006

tolices

Ele fecha os olhos, quer apenas dormir. A poesia não serviu, não encaixou-se no pensamento. E quem disse que ele quer poesia?

"Quem sabe eu seja realmente um idiota", ele pensa.
Talvez seja. Em alguns momentos tem desejado explodir, ter uma roda de onibus sobre a cabeça, ter um buraco sob os pés, uma lâmina, uma pílula.

É disso que ele precisa? Não. Ele bem sabe. Está apenas cansado, está apenas confuso.
Olhar pela janela ao amanhecer quase cega. Ele pensa que as vezes queria ser cego para poder não ver. E assim, o coração não sentiria. Mentiras populares.

Um banho quente.
Um café quente.
Um dia frio, mais um.

Quem sabe esse descompasso no peito seja um coração doente.

E todas, todas as tuas referências que me fazem lembrar que você está "meio namorandinho" me fazem sentir nojo.

De mim mesmo.

Sim, ele sou eu. E quem nunca soube, além de mim mesmo?
Proximidade que machuca, distância que dói, desinteresse bobo.
Dependo de tua respiração para inflar os pulmões? NÃO!

Queria estar livre de ti, mas não estou.
Queria que você voltasse, mas você ainda não voltou.

E quem sabe nunca volte, e quem sabe eu nunca quis, e quem sabe tudo isso não passe de tolice.
E, por fim, quem sabe essas palavras nem sejam minhas.
É mais fácil serem tuas, serem de qualquer um, menos minhas.

Hoje, neste momento, sinto não possuir nada. E mesmo sabendo que palavras não tem dono, é como se não fossem nem ao menos conhecidas.
Assim como o coração.
O meu foi teu, e agora é de ninguém.

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