terça-feira, junho 13, 2006

sumimento

em um certo momento desses, deixa-se de existir.
sim, simplesmente deixa-se de existir. do nada. para o nada. e ponto.
você pode olhar para o relógio e tentar ver as horas. serão sempre 11h15.
você pode olhar para o céu e verá sempre o mesmo sol quente de inverno.
deveria estar mais frio. você quer os cachecóis.
será que eles deixaram de existir junto com você?
você pode tentar usar um telefone e verá que seu número nunca existiu.
e ninguém mais vai saber que você um dia existiu.
quem sabe seja assim.

quem sabe não passemos de um número de telefone,
de uma conta corrente,
de um apelidinho medíocre e deboxado,
ou de uma referência de tudo que vivemos.

mas sabe, exitem pessoas que deixam de existir com você.
pessoas que sabem o teu número de telefone de cor e que você deixaria usar seu cartão de crédito.
até emprestaria o gato. até deixaria dormir na sua cama.
e essas pessoas, que deixam um pedaço de existência quando você desaparece, são as pessoas da tua existência. você está contido nesses pedaços.

as vezes, penso em como seria legal sumir do mundo por alguns dias, ou semanas.
e repenso e concluo que este é meu lugar.
confuso como é. e como sou.
e existir, na verdade, é relativo. depende do referencial.
pra uns existo, para outros não.
(thanks god!)

vazio no peito. e tosse?
será fisiológico?

Um comentário:

Debra. disse...

vazia; sinto que não pararei mais em pé.

diz que passa, vai...