sábado, dezembro 30, 2006

A cada gota que cai da testa sinto que o corpo pede por sossego, e dentro daquilo que espera, encontra o que surpreende. Saber quando parar, quando, como?

Há leões nas esquinas, leopardos nas praças, tigres no caminho, onças agarradas nas costas.


Os ladrilhos saem para que o caminho seja de lama. A lama fica. Fica no tênis, nas marcas no tapete, no azulejo. Enquanto penso em limpar, tirar com as unhas, encher as mãos de terra e pó, algo cai sobre os olhos.

E tudo será varrido, sim.

2 comentários:

Anônimo disse...

Uau. Encontrei seu fotolog não sei como, mexendo nos f/f de fotologs que entrei. "Lastingchild" me chamou a atenção. E aí depois as fotos. Um pedaço de orelhão caído no meio da sua sala, dois de você em uma foto. Depois foi o orkut, onde você se apresenta como clichê, e diz que uma das suas tentativas de escrita está marcada no azuleijo do banheiro com caneta permanente. Logo depois, o blog. Textos com palavras fortes demais, convidativas demais para sentir com você e saber da sua vida. Ali no canto um pedido: "e se alguém souber como controlar pensamentos, por favor, me ensina", e aí esse texto "Enquanto penso em limpar, TIRAR COM AS UNHAS, encher as mãos de terra e pó, algo cai sobre os olhos. E tudo será varrido, sim."
Cheio de desespero e agonia.

E por último, parabéns. Você é incrível. Não é à toa que pensa tanto, sente tanto. Você escreve muito porque tem o que escrever. E por que sabe se expressar. Suas tatuagens são lindas.

Você não me conhece. Posso voltar mais vezes?
Fica bem.

ricardo disse...

Nossa! Primeiro, obrigado.

E segundo, é claro que pode.
E comente sempre que sentir necessário, mesmo que por impulso.
As impressões de quem lê são um termometro por aqui.


Abraço!

(fiquei curioso, sabe?)