sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Mesmo sabendo que já faz parte de um passado quase remoto, é como se tudo voltasse a memória num piscar de olhos. Batendo a palpebra, tudo revira. E não são olhos virados. São páginas que decrescem e fazem tudo ser tão fresco quanto o ar condicionado que torna esta sala agradável sob o sol de 40graus. E citando Adriana, poderia ser quase glacial. E citando Adriana eu poderia dizer que esqueci dos leões. Mas não.

E tudo que parece ser dói. Dói tanto. Só saber. E sem saber já doia. E não consigo nem vislumbrar dividir meus lugares com você. E não consigo nem pensar em ter que respirar o mesmo ar que você. E não consigo sequer imaginar pisar na areia que você tenha marcado... E nada mais será como esperado, sendo que agora você existe.

E que seja, pois já é. Meus pedaços esquecidos podem ser encontrados nas esquinas, caso caiam de teus bolsos ou descolem das tuas unhas. Teus pedaços eu fiz questão de lavar de mim. Devem ter escorrido ralo de banheira abaixo. Devem estar sendo carregados por baratas e ratos. Devem... Mas pelo visto, esqueci alguns em mim. Não devo ter esfregado o suficiente.

Chega.
Meu tempo esgotou. Agora só resta sorrir. Com desdém. Ou não.
Mas sorrir amarelo, de cigarro e de humor. De mentira. Então, sorrio.

Sorria.

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