quinta-feira, setembro 27, 2007

Lavar as mãos, lavar o rosto, lavar as mãos.
Escovar dentes e em passos lentos seguir, para tomar um café e fumar um cigarro em passos lentos e seguindo. E são tantos passos quantos os goles de café, e são tantos passos quanto tragadas do cigarro. Arfando, chegar, parar, sentar, inspirar.
É como se nunca tivesse feito o percurso, nunca tivesse existido. Por entre harpas e anjos, um caminho desconhecido, diretamente para a boca. Sem escuridão, seus dias são estranhos e arredios, fogem por entre os dedos. Sem escuridão, a luz serve para quê? Sem a dor, pra que prazer e alívio? Sem velhice, por que juventude?
Sem pedaços, por que ser inteiro?
Palavras ecoando, saindo de centenas de bocas alheias, atrapalhando o percurso de luz. Como incomoda ser parte do coletivo. Por que somente dois? Como se houvesse apenas uma metade para completar? Como calcular de quantas partes somos feitos é desconhecido. E seguindo vagabundas placas sempre se chega aonde quer...

E para que grama, se é proibido pisar nela?

3 comentários:

Anônimo disse...

e pq eu? e pq vc? pra que? eu preciso? você precisa? sim?não?
talvez.

ricardo disse...

rá. talvez.

Edna Araujo disse...

é que muitas coisas existem apenas para serem contempladas.
e muitas perguntas não podem ser respondidas.