quarta-feira, outubro 07, 2009

Sinalizando novos ventos, o tempo se vai. E o dia passa voando por entre as folhas que param de cair. E entre insetos que vão e vem, sentado, fumo meu cigarro e o pensamento se esvai por fumaça e umidade. E nesse meio tempo onde nada acontece tudo volta num refluxo de tempo, corpo, pensamento.
E tudo volta a ser e me sinto quente, enrubesço! Como posso ser assim? Tão fraco, tão volúvel, influenciável pela minha idéia de ser?
Tolo, mais que tudo isso.

Caminhando com os pés gelados, estes tênis são sempre tão frios. Escutando a mesma música por todo o percurso. Depois do café queria ir para casa a pé. Sem pensar em tempo, risco, cansaço, corpo, ombro, pulso, sorriso ou não. Descer tudo aquilo e ver as primeiras flores de primavera de perto. Sumir dentro do escuro e só sentir a luz dos carros. E andar sem chegar.

Ainda não cheguei. Meu eu não sei onde está. Parece que a cada passo me distancio mais. É doloroso o pensamento de que tudo se vai em instantes depois de dias sendo construído, meses. É doloroso não conseguir articular.

Tanta coisa pra dizer e, quem vai escutar? Digo, se tem alguém que deveria ouvir esse alguém está a milhas de distância. Milhas estas formadas pelo abismo entre meu corpo e o seu. De tão perto e tão longe, assim, me faço pensar: vale a pena correr tanto, tanto, tanto, se não sei se vou chegar?

A linha de chegada, teu peito, não tem fita para o meu arrebentar. A linha de chegada, teu corpo, não tem troféu me esperando. A linha de chegada, você, em si, não em pedaços, não tem nada para mim.
Tem?

Nenhum comentário: