Não tenho mais nada a dizer sobre o assunto, e ele é tão recorrente que me sinto aprisionado. Aprisionado como naqueles dias de calor, onde tudo é úmido e cansativo, onde nada flui. Onde até mesmo o mundo parece parado. Mas daí vem o mar, traz brisa, maresia, movimento, faz tudo voltar a viver, faz tudo verão.
Faz tudo ter sentido. E traz o pensamento de que não tivemos isso, eu e você. Não tivemos praia, calor. Não tivemos a sensação de pele na pele, areia, sol. Só tivemos bater de dentes, a noite, antes de dormir. Só tivemos nosso próprio calor. E esse calor não foi suficiente, dissipou.
Dos males da ilha, esse sentimento de verão eterno é um dos piores. Esse sentimento de que nunca nada será seu, de que tudo o mar leva e traz.
Se levasse a saudade, o tesão, a cor dos olhos e os motivos de tantas palavras, que, sinceramente, já não sei mais, seria bom. Mas ah, isso ele só traz.
Ou talvez essa inspiração seja o que resta. Ainda bem.
Infelizmente só escrevo bem na falta de ti (e por ti entenda-se o dois) ou na melancolia, e enquanto essa inspiração durar, nenhum dos dois me fará falta.
Assim espero.
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