Por mais distante que aqueles dias estejam, na inevitabilidade do tempo passado, partes suas permanecem quase que físicas ao meu toque, de tão próximas ainda. E a noite, na lembrança que vem, fulminando, o sono vai. E o que permanece na distância é o físico.
É como se nada mais existisse a não ser a lembrança do toque. Da textura, do cheiro, sensação. Sentimento que escorreu pelos dedos de uma mão fechada, como se fosse água salgada, deixando somente areia na palma, fazendo sentido mais uma vez.
E na perspectiva do não ser/acontecer/ter tudo se vai alegre e continua a existir. E todas as vidas paralelamente construídas continuam a se desconstruir para logo reconstruir. E todos os caminhos continuam a se cruzar e os olhos continuam a ver exatamente as mesmas cores. Hoje, talvez, eu seja melhor do que antes de você. Mas, certamente, não melhor do que quando com você. E o que quase físico é assim permanece na sua existência de caco.
Não quero mais ser dois, compreendo essas partes tão distantes e presentes, e que permaneçam assim. A não ser que tudo fosse diferente. A não ser que tudo fosse sexo. Pois sim, de tudo que foi, o físico permanece.
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