Também lembro do gosto, de vários gostos. Do beijo de manhã, do beijo a noite, depois do cigarro, da pele do pescoço.
Lembro bem demais do cheiro. Do teu e do perfume.
Da intenção do sorriso, da expressão de felicidade, da expressão de inevitabilidade.
Lembro das tuas calças, tênis, do suéter, da camiseta.
De várias primeiras palavras, de todas as ultimas. De algumas no percurso.
Me lembro principalmente das boas, e isso não é tão bom quanto parece.
Mas, ao fim de todas as lembranças, me esqueci de muita coisa.
E isso me fortalece. Me faz ver o novo, me faz ir além.
É como o fim do cais: há um mar adiante e um caminho atrás. Pode-se percorrer um caminho já feito, ou mergulhar no novo. E dentro da metáfora menos criativa que ocorreu, uma verdade: na insegurança de nadar adiante, esperei olhando para trás.
Até então, até me molhar. De lágrima, chuva, mar, alcool. E depois de tudo ensopado, secar ao sol e seguir molhado.
As lembranças seguem junto, doces, serenas. Não mais acima do mar, no caminho do cais, mas sim dentro dele, fazendo parte do novo. E se no físico não tenho mais, se andei sozinho pelo cais, a memória permanece e sempre será boa.
E a bondade disso é que surpreende. Até me atrevo a pensar que...
Me encontre em alto mar. Agora já não importa se sei ou não nadar.
Um comentário:
ameiiiiiiiiii, mesmo!!!
beijo beijo amore
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