Sabe quando você senta em uma cadeira, que nem confortável é, e nela pretende ficar até seus ossos encolherem e seus músculos atrofiarem? Assim, sentindo tudo escorrer pelas pernas, pelos dedos, pelos olhos... bem, estou me sentindo quase assim.
Quase, ainda bem.
Tenho me irritado com a mania de manter os olhos fixos em cantos de paredes que nada têm para oferecer. Aqueles cantos vazios. Talvez seja o tempo. Tempo ocioso.
Tenho também me irritado com as idades. Espinhas que me tornam adolescente demais, responsabilidades que adultecem, e pra fechar, uma carência que infantiliza.
Onde estou?
Sinto espalhados meus pedaços, arrastados pela chuva para os bueiros, nesse domingo.
Meio rasgado.
Quem sabe, amanhã, você beba um pedaço de mim depois que eu passar pela central de tratamento de água e esgotos.
Ah, como eu detesto domingos...
Um comentário:
estanca!
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