Duas notas que percorrem um caminho sinuoso de uma orelha até a outra.
Entrando pela esquerda, saindo pela direita, seguindo seu caminho.
Plaft. Batendo na parede... soando desafino. Segundos após afinadas, morrendo surdas.
E eu sinto o coração desacelerar, junto com as duas notas. Notas vibrantes, não de papel, mas de muito mais valor. E o coração quase para.
Uma camada fina de ar, uma mais fina de vidro verde, uma espessa de ar, uma fina de vidro transparente o ar em transparência cercando todo o resto. E a paisagem toda correndo contra o carro, correndo, correndo... fico sem ar.
E o coração quase para. Quase. Fica parado por algum tempo até.
Daí então me recordo, os olhos se movem incessantemente, REM.
E ele volta. E me assuto, e tento recuperar o ar todo de uma vez.
E inflo os pulmões, e sinto vida, e sinto batida, e sinto, sinto, sinto...
Cinto.
Desafivelo o cinto, pés no chão.
Mais uma vez, pés no chão.
E as vezes, tudo, e tudo mesmo, o que eu queria era continuar junto das nuvens, lá em cima, seguindo. Não como elas, para os lados. Mas para cima.
E a estrada, que corria na velocidade da terra contra os pneus acaba. E o dia acaba.
E o texto termina.
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