quinta-feira, setembro 28, 2006

Resto de Palavra Unida por Ponto.

Acordar cansado, e sem descansar é o que resta.
Pensar na vida, e sem ter o que fazer, é o que resta.

Tudo que resta é o resto.

Incesto mental, e você nem é meu irmão.
Incerta natureza do que sentir,
e se sentir é incerto, certo é anestesia.

Anestesia essa de tempo.
Anestesia de momento.

E o tempo que não para nem quando peço,
imploro, de joelhos, vai!
E assim espero o tempo.
E assim me perco no vento.

No vácuo, e fico sem ar.
E se você veio para me salvar,
por favor, chegue atrasado.

E o frio resseca a pele, e o coração ressecado está.
E hidrato o corpo com vinho,
e a mente com música,
e o coração com esperança.

Essa, a última que morre.

E se você veio pra me salvar, por favor,
atrasa-te.

O suficiente pra eu retomar o ar,
o suficiente pra ele faltar,
o suficiente pra acordar.

O pesadelo mais extenso,
o sonho mais conturbado,
a realidade mais confusa.
Uma realidade 2.0.

20.

E sozinho chegar.
E sozinho seguir.
E deixar rolar, rosto abaixo.

Quanto tempo leva para atingir o chão?
A primeira gota da primavera, sangue, lágrima?
Chuva depois do trovão.

Contra as nuvens, elevo.
Contra o chão, esforço.
Contra mim mesmo, sem refletir.

Seguir.
Seguir.
Seguir.

Arranhar paredes.
Arranhar costas.
Arranhar discos. Pra você voltar.

Limpei debaixo das unhas, removi tuas células.
Brand new.
Day.

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