E as notas ao redor parecem fazer esfriar ainda mais. Como o vento dessa ilha, como o vento. E tudo esfria, e derrete. E o coração para de bater.
E o gosto amargo do café me faz querer levantar. Ir até a esquina, sentar e pedir. E beber. E pensar nisso tudo. E as palavras que saem lentamente pelas caixas de som me fazem querer ficar.
E é sempre assim: fico, vou, vou e fico. E fico esperando. Por milagres, talvez. Talvez seja hora de começar a rezar. Toda noite, antes de deitar, rezar. Pedir algo. Todos pedem. Eu nunca fui de pedir demais. Sempre procurei entender o que se passa. E agora não entendo, não peço, e tampouco tenho café.
Falaram-me de inferno astral esses dias. Fez tanto sentido, mesmo para mim. Daqui a menos de uma semana completo as 20 primaveras. Literalmente. E assim sendo, as vezes me esqueço de me aproveitar do fato que é ter apenas 19 anos. E sendo assim, esqueço que os tenho apenas. E por fim, vivo como se fosse mais velho. Deve ser esse o motivo do café.
Sempre considerei ser coisa de adultos:
1) saber fazer feijão;
2) gostar de café (crianças gostam de chocolate quente);
3) pagar o próprio aluguel;
No meu caso, apenas o tópico dois ainda não era verdade.
E agora é iminente.
Esta noite senti falta de estar dormindo abraçado.
Ao som de Emiliana Torrini, Thinking Out Loud.
2 comentários:
Engraçado. Eu também tenho 19 aninhos.
E se eu listasse tudo que achava "coisa de velho" teria a mesma conclusão que você; 'como assim? eu to nova para ser velha.'
Droga... vou lá ligar a cafeteira. Sim, eu comprei uma pra não ter que ir na esquina comprar café.
ó, chuchu.
recém completei meus 20 e também vivo como se fosse mais velha. não sei, talvez soframos da crise da época errada, porque às vezes parece que carrego os anos 80 na minha bagagem.
sabe como é...
enfim, gosto do que tu escreves.
beijos
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