quarta-feira, outubro 25, 2006

reticências da vida cotidiana

Um suspiro, assim, e o dia acaba de começar. Quando está tudo escurecendo, parece acordar. Desligar e ligar em um momento de vida, pois até agora só passou pela mecânica sensação de resolver. E não viver.
E tem se esforçado, sabe, de verdade. Mas sente-se subitamente envolvido por um cansaço atípico. Sabe, aquele cansaço que parece empurrar o mundo contra os ombros, e te faz querer dormir, e dormir, e dormir... E dormindo, sem descansar, sonhar com coisas que te fazem acordar assustado e querer voltar para o colchão.
E esse ciclo desgasta, entope, vicia. Não pelo bem, mas pelo díficil. Que nem de longe significa pior, porém faz pensar.

Nesses momentos querer saber tudo e ter soluções é inevitável. E essa busca torna tudo mais intrincado.

Vem a pergunta: viver para descobrir ou morrer para aliviar?
Sabe que nem sempre o alivio resolve, e que nem sempre descobrir é agradável.

Librianos do segundo período de vida tendem a ser altamente sociáveis, porém a viver sozinhos.
E solidão, como resolver? Como lidar? Como falar?
Sozinho. E ponto final. E assim tudo reinicia...

Acha que tudo precisa de um barulhinho de chuva e um piano para melhorar.
Acha que tudo precisa de tempo.

E tempo não falta. Sobra. É só saber esperar. E aprender a fazê-lo. E aprender a viver.
E na luz dos vinte anos, saber que se tem muito a ver, sentir, fazer.
E na escuridão dos vinte sabe de tudo que passou.

E na esperança dos muitos, sabe que está começando.
E começos dificeis favorecem. Acredita.


Perverso coração, perdida mente, no bom sentido, perdidamente está.
Bom ou ruim?
Só resta esperar.

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