"so when you come back

we'll have to make new love "

*auto-identificação momentânea...

Enquanto espero que algo aconteça, sentado nesta cadeira, e o celular teima em silenciar, tento escrever. E dentro de todas as tentativas de escrita aqui, esta é a mais dificil... aquela em que tento não ser objetivo. Não quero ser.
Mas eu queria citar nomes, localizações. Não quero nem tentar escolher a música que vai tocar agora. E olha, começa "One"... Aimee Mann. Ironias. Todas juntas. Vontades podadas. Espera, espera, dúvida. Sono, enfim.
Cerveja.

Incomodado, incomodo. Melhor deitar e dormir. Sumir. Depois deste cigarro.

A única coisa que tenho vontade agora é de quebrar alguma coisa.
Nem sei descrever como é, mas é.


Todo carnaval tem seu fim.

Mesmo sabendo que já faz parte de um passado quase remoto, é como se tudo voltasse a memória num piscar de olhos. Batendo a palpebra, tudo revira. E não são olhos virados. São páginas que decrescem e fazem tudo ser tão fresco quanto o ar condicionado que torna esta sala agradável sob o sol de 40graus. E citando Adriana, poderia ser quase glacial. E citando Adriana eu poderia dizer que esqueci dos leões. Mas não.

E tudo que parece ser dói. Dói tanto. Só saber. E sem saber já doia. E não consigo nem vislumbrar dividir meus lugares com você. E não consigo nem pensar em ter que respirar o mesmo ar que você. E não consigo sequer imaginar pisar na areia que você tenha marcado... E nada mais será como esperado, sendo que agora você existe.

E que seja, pois já é. Meus pedaços esquecidos podem ser encontrados nas esquinas, caso caiam de teus bolsos ou descolem das tuas unhas. Teus pedaços eu fiz questão de lavar de mim. Devem ter escorrido ralo de banheira abaixo. Devem estar sendo carregados por baratas e ratos. Devem... Mas pelo visto, esqueci alguns em mim. Não devo ter esfregado o suficiente.

Chega.
Meu tempo esgotou. Agora só resta sorrir. Com desdém. Ou não.
Mas sorrir amarelo, de cigarro e de humor. De mentira. Então, sorrio.

Sorria.

Aleatório. Randômico. Sem ordem qualquer estabelecida. Vontade de derreter no colchão. Vontade de fechar os olhos. Vontade de sumir por alguns breves instantes. Não, eu não quero que você venha procurar.
Eu quero realmente não ser encontrado.

Pelo menos por hoje, por agora. E sinto muito.

(Preso a uma série de cordões e fios imaginários porém existentes. Fios e cordões estes que me mantém suspenso, com aquele frio na barriga de descida de montanha-russa. Bom? Seria, se durasse pouco. Quando se extende em demasia, pronto, vira chatice, incomodo. Monotonia insegura.
Não sei ao certo o que acontece entre nós. O que aproxima, o que afasta. Tensão. Torção. Não sei ao certo o que se passa comigo. Não sei ao certo se sei ao certo qualquer coisa que diga respeito a tudo que se passa.
Isso passa.
Mas será que demora? E quanto se suporta?



Só espero que quando tudo voltar, eu ainda esteja esperando no mesmo lugar.)

(quase a abertura de "O Clone")

Um insulto passar por isso. Oras, justo eu. Ajuntando cacos, por entre pelos. Cabelos? De pernas, braços? Pubianos? Arrastar as mãos pelo chão sujo. Quer saber? Grande coisas. Pedaços teus, restos meus. E então, no chão estamos unidos.

E na pá, e no saco de lixo. E nos ultimos momentos do pensamento derradeiro. O derradeiro pensamento de dois. Não quero mais, justamente por querer mais. E não querer-querendo é tão cansativo, exaustivo. Toma tempo, toma pensamento, toma ato e energia. Toma ar. Deixa sem folego, deixa sem cor, deixa sem cheiro e sem gosto.

E as janelas que avançam sacada adentro me dividem em muitas partes incolores e sem sombra, e sem raio algum para tornar visivel, perco-me por entre olhos e reflexos. Perco-me em vidas que não são minhas.

Ligue a TV por favor, para me deixar esperando ainda mais. Talvez se você começar a ouvir algum cd daqueles que eu citei também perca a hora. Ou melhor, perca-se em outros cheiros. Assim espero tua vontade de ser eu por um minuto a mais, que seja.