A cada gota que cai da testa sinto que o corpo pede por sossego, e dentro daquilo que espera, encontra o que surpreende. Saber quando parar, quando, como?
Há leões nas esquinas, leopardos nas praças, tigres no caminho, onças agarradas nas costas.
Os ladrilhos saem para que o caminho seja de lama. A lama fica. Fica no tênis, nas marcas no tapete, no azulejo. Enquanto penso em limpar, tirar com as unhas, encher as mãos de terra e pó, algo cai sobre os olhos.
E tudo será varrido, sim.
sábado, dezembro 30, 2006
Me sinto esvaído de qualquer significado possível. Sim, como se cada parte fosse inutil e abalavel. e como se cada atomo pudesse ser desfeito em inumeras particulas menores até que desaparecessem, tornando-se assim, como dizer, "meaningless". E tudo torna a ser o que era, por meros instantes. E pisco. E pronto. Cai a cortina, e o palco se desfaz, sem significado. Mais uma vez, vi de longe tudo que queria que estivesse perto neste instante. Nem um abraço. E o que restam foram cacos.
Agora na brincadeira de quebra-cabeça, montando os pedaços, se forma uma nova perspectiva.
Menos intensa, porém não pior por isso. Mas uma nova perspectiva. Sem o significado que eu esperava ter, porém significativa.
E sabe, quando penso friamente, uma pergunta não consigo responder: qual o valor? Meu valor? Quanto posso ser?
E se, se for, seja assim como deve ser.
O bastante, espero.
Agora na brincadeira de quebra-cabeça, montando os pedaços, se forma uma nova perspectiva.
Menos intensa, porém não pior por isso. Mas uma nova perspectiva. Sem o significado que eu esperava ter, porém significativa.
E sabe, quando penso friamente, uma pergunta não consigo responder: qual o valor? Meu valor? Quanto posso ser?
E se, se for, seja assim como deve ser.
O bastante, espero.
quarta-feira, dezembro 27, 2006
Ele tinha olhos castanhos, assim como o cabelo.
Seu queixo era quadrado, assim como os ombros.
Sua boca grande, assim como as mãos.
Seu tempo curto, assim como a memória.
E seguia, sem saber ao certo para-onde-e-para-quê,
cambaleando, as vezes, depois de exagerar.
Mas seguia, sempre, até que parou.
Olhou nos meus olhos, sorriu, e seguiu.
E assim, foi.
Deixou para trás os olhos e cabelos castanhos,
O queixo, e as mãos,
os ombros, a boca.
O tempo levou consigo, mas esqueceu de lembrar da memória.
Essa, ficou comigo.
A memória das mãos, olhos, cabelos, queixo, boca, sorriso, pernas, braços, cores, cheiros, palavras.
Lágrimas, enfim.
E se repetindo em voltas ao redor de si mesmo, redundante sem se preocupar, disse tudo que queria dizer, mais de uma vez, repetindo como repito. E a trajetória clara das palavras, que saem de uma boca e seguem em direções diversas, sempre rebatendo em paredes, objetos, corpos e timpanos se fez por completa.
Escuta-se, digere-se, faz-se saber.
E, incrivelmente, como uma espiral, sobe e desce sem forma concreta e sem movimentos bruscos. E desaparece por completo até voltar, de encontro à retina, de forma que não se pode evitar. E tudo se materializa. E some.
E nisso, pensamento ligeiro como só ele sabe, se faz sentir e se faz presente. Se faz existir. Existir o que não existe, existir o que se quer. E acreditar, e iludir, e sentir é para quem sente. Para quem sabe. Para quem se perde.
Nesses momentos, uma âncora. Pesada, enferrujada, cruel, maciça: realidade.
E ponto, tudo volta ao começo, e poderia ser relido esse texto sempre sendo verdadeiro.
Mudança é opcional quando se trata de abstração.
Seu queixo era quadrado, assim como os ombros.
Sua boca grande, assim como as mãos.
Seu tempo curto, assim como a memória.
E seguia, sem saber ao certo para-onde-e-para-quê,
cambaleando, as vezes, depois de exagerar.
Mas seguia, sempre, até que parou.
Olhou nos meus olhos, sorriu, e seguiu.
E assim, foi.
Deixou para trás os olhos e cabelos castanhos,
O queixo, e as mãos,
os ombros, a boca.
O tempo levou consigo, mas esqueceu de lembrar da memória.
Essa, ficou comigo.
A memória das mãos, olhos, cabelos, queixo, boca, sorriso, pernas, braços, cores, cheiros, palavras.
Lágrimas, enfim.
E se repetindo em voltas ao redor de si mesmo, redundante sem se preocupar, disse tudo que queria dizer, mais de uma vez, repetindo como repito. E a trajetória clara das palavras, que saem de uma boca e seguem em direções diversas, sempre rebatendo em paredes, objetos, corpos e timpanos se fez por completa.
Escuta-se, digere-se, faz-se saber.
E, incrivelmente, como uma espiral, sobe e desce sem forma concreta e sem movimentos bruscos. E desaparece por completo até voltar, de encontro à retina, de forma que não se pode evitar. E tudo se materializa. E some.
E nisso, pensamento ligeiro como só ele sabe, se faz sentir e se faz presente. Se faz existir. Existir o que não existe, existir o que se quer. E acreditar, e iludir, e sentir é para quem sente. Para quem sabe. Para quem se perde.
Nesses momentos, uma âncora. Pesada, enferrujada, cruel, maciça: realidade.
E ponto, tudo volta ao começo, e poderia ser relido esse texto sempre sendo verdadeiro.
Mudança é opcional quando se trata de abstração.
segunda-feira, dezembro 25, 2006
as vezes me sinto resistente a acreditar.
tipo, agora.
assim, sendo, prefiro ignorar...
mas, até quando?
não sinto mais.
sinto demais.
e sinto muito.
não fui eu. não sou eu.
eu sou.
será?
me encontre um dia, aquele dia, sei lá.
a gente conversa, conclui.
por enquanto, para mim, as imagens estão nitidas demais.
falta alcool? sono?
falta acreditar? entender?
falta.
e falta faz.
tipo, agora.
assim, sendo, prefiro ignorar...
mas, até quando?
não sinto mais.
sinto demais.
e sinto muito.
não fui eu. não sou eu.
eu sou.
será?
me encontre um dia, aquele dia, sei lá.
a gente conversa, conclui.
por enquanto, para mim, as imagens estão nitidas demais.
falta alcool? sono?
falta acreditar? entender?
falta.
e falta faz.
sexta-feira, dezembro 22, 2006
As vezes não acompanhar não é de todo ruim. Sentir-se perdido no turbilhão de emoções alheias pode ser reconfortante. Nestes momentos encontrar algo de ti no outro torna tudo confuso. E ainda mais interessante, bonito.
Não aquela beleza de capa de revista, mas aquela que só se encontra quando se sente.
Cada vez mais ver com outras cores. Procurar outras formas. Sentir outras texturas. E tudo que antes parecia tão pequeno e restrito se expande, de tal forma, que pode-se ver além. Sentir além.
E quando coloco a camiseta com o perfume do dia anterior me lembro dos porquês. E quando vejo a roupa molhada do dia anterior lembro da chuva que caiu.
E como era fria, num dia tão quente.
E como era quente, num dia tão quente.
E como era num dia tão.
Não aquela beleza de capa de revista, mas aquela que só se encontra quando se sente.
Cada vez mais ver com outras cores. Procurar outras formas. Sentir outras texturas. E tudo que antes parecia tão pequeno e restrito se expande, de tal forma, que pode-se ver além. Sentir além.
E quando coloco a camiseta com o perfume do dia anterior me lembro dos porquês. E quando vejo a roupa molhada do dia anterior lembro da chuva que caiu.
E como era fria, num dia tão quente.
E como era quente, num dia tão quente.
E como era num dia tão.
terça-feira, dezembro 19, 2006
Queda
Sentir o vento pelos cabelos.
E cair. Cada vez mais rápido.
Sentir no rosto as partículas batendo.
Ao cair.
E o que resta, no fim, é o chão.
O movimento acelerado interrompido pela queda, e no fim,
nada sou mais que uma rachadura.
No chão.
Asfáltico.
Parar o mundo. Isso é o que eu sinto.
Parar o tempo. Isso é o que eu sinto.
Parar...
As vezes preciso.
Mas agora, é hora?
E cair. Cada vez mais rápido.
Sentir no rosto as partículas batendo.
Ao cair.
E o que resta, no fim, é o chão.
O movimento acelerado interrompido pela queda, e no fim,
nada sou mais que uma rachadura.
No chão.
Asfáltico.
Parar o mundo. Isso é o que eu sinto.
Parar o tempo. Isso é o que eu sinto.
Parar...
As vezes preciso.
Mas agora, é hora?
segunda-feira, dezembro 18, 2006
Sabe quando tudo acontece sem ter um porquê e te faz pensar? Nadando de costas olhando as estrelas, levemente frio.
E quando uma música te faz lembrar, e bate aquela saudade... E tudo parece fazer sentido por segundos, por mais curtos que sejam...
E tudo te faz querer que a vida se repita em dias como esses, com alguns adendos.
E tudo faz querer.
E nada parece tão vão como parecia, porquê você entende como as coisas funcionam.
Um banho gelado.
A poltrona com o braço torto e quase quebrado.
Casa.
E descanso, depois de um pouquinho de plenitude.
(e saudade)
E quando uma música te faz lembrar, e bate aquela saudade... E tudo parece fazer sentido por segundos, por mais curtos que sejam...
E tudo te faz querer que a vida se repita em dias como esses, com alguns adendos.
E tudo faz querer.
E nada parece tão vão como parecia, porquê você entende como as coisas funcionam.
Um banho gelado.
A poltrona com o braço torto e quase quebrado.
Casa.
E descanso, depois de um pouquinho de plenitude.
(e saudade)
quinta-feira, dezembro 14, 2006
Sou agora o reflexo do que fui há pouco tempo atrás. Um segundo basta para ser alguém que nunca fui antes. E um segundo basta pra trancar a porta atrás de ti. Atrás de mim. Entre nós. Entrenós. E você pode ser qualquer um. Mãe, tia, amigo, colega, amor. Portas se abrem e se fecham. Portas se abrem. fecham. Passamos por portas. Batemos em portas. portas. Trancadas. abertas. Grandes, pequenas. Com ou sem olho mágico.
Portas.
E pessoas atrás delas.
Portas.
E pessoas como elas.
Portas.
E pessoas atrás delas.
Portas.
E pessoas como elas.
terça-feira, dezembro 12, 2006
Acordar nesses dias quentes é tão dificil... pensar também. O pensamento desordenado, perdido cansa. Cansa mais que todas as doze, treze horas preso dentro de uma gaiola de vidro. Cansa mais que a distância, cansa. Tem cheiros, cores, gostos que acordam e todos faltam nesses dias assim. E assim assim assim segue segue segue.
Se depara com o sentimento de falta. Tanta coisa faz falta. E a falta é pior que a ausência, apesar de apenas existir quando esta está presente. Por que se faz falta, é porque faz bem. E se faz bem se quer pra si. E mais uma vez uma coisa leva a outra.
Ele queria estar escrevendo poemas. Mas está longe demais deles. E a prosa vazia corre, corre. Os dedos pelo teclado vão com tamanha facilidade! Se estivesse poetizando, teria que sentir. Assim não. Só desabafa. Só diz. Só escreve. Só respira. Ausência de corpo na alma e de alma no corpo.
Um minuto de silêncio.
E um minuto se foi.
Se depara com o sentimento de falta. Tanta coisa faz falta. E a falta é pior que a ausência, apesar de apenas existir quando esta está presente. Por que se faz falta, é porque faz bem. E se faz bem se quer pra si. E mais uma vez uma coisa leva a outra.
Ele queria estar escrevendo poemas. Mas está longe demais deles. E a prosa vazia corre, corre. Os dedos pelo teclado vão com tamanha facilidade! Se estivesse poetizando, teria que sentir. Assim não. Só desabafa. Só diz. Só escreve. Só respira. Ausência de corpo na alma e de alma no corpo.
Um minuto de silêncio.
E um minuto se foi.
domingo, dezembro 10, 2006
Os olhos teimam em fechar quando tudo que eu queria era sair me divertir. Mas sabe quando falta estímulo, energia, cor? Então. Tudo tão assim que ficar sentado aqui está sendo o máximo que posso exigir.
Me surpreendo diariamente, e isso tem sido tão assustador que me sinto uma criança. Queria saber o que fazer, mas quase nunca sei. E queria ter o que dizer, mas nem de longe conheço as palavras...
Todos os dias quando pego aquele caminho que tanto já citei penso tanto. E penso igual. E parece que pensar é o que resta agora. Mas e quando tudo que se quer é ação? É toque, contato, coexistência? Nunca fui bom em conformismos.
Me tirou as palavras que precisava ouvir. Sabe como é isso? É, concessão. Nem sempre acredite na minha sinceridade. Sou sempre sincero com o que acho que é bom.
Mas nem sempre o que acho que é bom é bom para mim.
E assim, mais uma vez, tudo recomeça. Recomeça.
E o fim, pra ser diferente, precisa surpreender.
Ainda acredito.
Me surpreendo diariamente, e isso tem sido tão assustador que me sinto uma criança. Queria saber o que fazer, mas quase nunca sei. E queria ter o que dizer, mas nem de longe conheço as palavras...
Todos os dias quando pego aquele caminho que tanto já citei penso tanto. E penso igual. E parece que pensar é o que resta agora. Mas e quando tudo que se quer é ação? É toque, contato, coexistência? Nunca fui bom em conformismos.
Me tirou as palavras que precisava ouvir. Sabe como é isso? É, concessão. Nem sempre acredite na minha sinceridade. Sou sempre sincero com o que acho que é bom.
Mas nem sempre o que acho que é bom é bom para mim.
E assim, mais uma vez, tudo recomeça. Recomeça.
E o fim, pra ser diferente, precisa surpreender.
Ainda acredito.
segunda-feira, dezembro 04, 2006
Fidelity
Hoje faz calor e venta muito. Tanto que leva longe as palavras e o pensamento. Assisti a um clipe que vicia muito, sabe? Sempre gostei de Regina Spektor, mas Fidelity... Fidelity é tão feliz que chega a ser triste, ou talvez seja o oposto.
E é tão familiar, tão casual... Tão seu como dela como de qualquer um. No momento em que vi senti tudo fazer tal sentido que não contive o sorriso. É incrivel como somos assim, não é? Tudo tão sem graça e de repente... cores, vida, música vem junto com o sorriso de alguém, a palavra de alguém, com o fim da saudade... ou qualquer realização... uma felicidade momentanea absurda, satisfatória enquanto dura e que deixa um vazio tão grande depois.
E cada vez que vejo-revejo-re-revejo sinto tudo novamente. Ando sentimental. Talvez seja o fim do ano, talvez seja por meus próprios motivos que nem sei quais são. Mas ando aberto, leve, in(seguro). Tão mais maduro (?), nem sei. De qualquer forma, diferente.
E eu adoro a melancolia da solidão nos dias de vento no verão. O calor sendo afastado do corpo pelo ar que teima em correr, correr... enquanto teimo em ficar, ficar. Sentir importa tanto que o sol se faz valer.
E só as vezes eu prefiro o verão ao inverno. Só quando faz frio, assim, no meio do calor.
http://www.youtube.com/watch?v=4NBArHgZntE
E é tão familiar, tão casual... Tão seu como dela como de qualquer um. No momento em que vi senti tudo fazer tal sentido que não contive o sorriso. É incrivel como somos assim, não é? Tudo tão sem graça e de repente... cores, vida, música vem junto com o sorriso de alguém, a palavra de alguém, com o fim da saudade... ou qualquer realização... uma felicidade momentanea absurda, satisfatória enquanto dura e que deixa um vazio tão grande depois.
E cada vez que vejo-revejo-re-revejo sinto tudo novamente. Ando sentimental. Talvez seja o fim do ano, talvez seja por meus próprios motivos que nem sei quais são. Mas ando aberto, leve, in(seguro). Tão mais maduro (?), nem sei. De qualquer forma, diferente.
E eu adoro a melancolia da solidão nos dias de vento no verão. O calor sendo afastado do corpo pelo ar que teima em correr, correr... enquanto teimo em ficar, ficar. Sentir importa tanto que o sol se faz valer.
E só as vezes eu prefiro o verão ao inverno. Só quando faz frio, assim, no meio do calor.
http://www.youtube.com/watch?v=4NBArHgZntE
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